terça-feira, 19 de junho de 2012

A SOMBRA NA FLORESTA - (histórias de Paola)

Numa manhã de primavera, estava Paola à caminho da floresta para descer até o riacho, que ficava logo após a última árvore.
Entrou segura como sempre, pois já sabia o caminho.
Segurava um cântaro, uma pequena jarra para trazer a água para o desjejum e notou que sua sombra embelezava o chão quando os pequenos raios de sol faiscavam seus lindos cabelos sobre o solo, quase coberto de folhas, ainda do inverno rigoroso.
Notou um arrepio repentino ao ver que a sua sombra, a esta altura da caminhada na floresta densa, escapava dela mesma, ia mais a frente e logo voltava, e então parou e observou.
Notou que a sombra estava viva, e habitava e desabitava também seus rastros no caminho.
Não ousou falar nada.
Apenas observava.
E sentou para observar, pois queria sempre aprender com o silêncio.
Ouviu então um pequeno ramo ao seu lado reclamar da sombra de uma árvore enorme que ia e vinha inconstantemente:
 "Você se move constantemente para direita e para a esquerda, perturbando a minha paz", disse o ramo para a sombra da enorme árvore.
E a sombra respondeu:
-Eu? Não sou eu, olhe para cima, Há uma árvore que se move ao vento para leste e para oeste livremente, sem parar.
O ramo olhou para cima e observou pela primeira vez a enorme árvore, com um temor horripilante.
Nesse momento, Paola levantou-se e sentiu o pensamento amedrontado do ramo, em seu coração, que dizia:
" Vejam só, existe um ramo bem maior que eu mesmo em todo o lugar"
Paola levantou-se, apanhou o cântaro e seguiu para o final da floresta, pensativa e aterrorizada ao notar que a sombra silenciosamente acompanhava fazendo voltas sobre ela até ela sair da floresta, enquanto o ramo observava tudo em silêncio.
(Léo Jam)

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