terça-feira, 17 de julho de 2012

A VISITA DE ÁGATA (histórias de Paola)


Paola estava no jardim, quando percebeu a poeira, vindo da estrada.
Seria um dia com visitas pensou, embora sempre apreciasse estar sozinha.
Levantou a cabeça e lembrou de uma frase que sua mãe costumava dizer:
-Nunca receberás alguém, sem que nada tenhas que fazer.
O carro antigo, preto e com estilo clássico vinha cortando a poeira, e parecia certeiro no endereço de Paola.
Foi encostando e diminuindo a velocidade enquanto Paola observava ser um homem na direção, e arrumando o cabelo cor de mel que caía solto em seus ombros, ficou de pé, mostrando-se atenta, e com a pazinha do jardim na mão.
- Bom dia, você é Paola?
-Sim, sou eu, posso ajudar?
-Muito prazer, eu sou Leon, e quem me deu seu endereço, que, aliás, fica muito bem localizado, foi Ágata, sua prima.

Ágata, uma prima de Paola, a qual não via desde o velório de sua avó. Ela deveria ter uns 22 anos agora, sim, pois Paola tinha apenas três a mais do que a prima, o que também regulava com a idade do visitante.
Paola de mente astuta notou que a prima viria logo depois, ao notar os olhos verdes de Leon que a fitava com um sorriso que fazia balançar a sua feminilidade.
-Ela me disse que viria aqui nessa manhã, então pensei em espera-la, posso descer?
-Sim, por favor.
Leon desceu do carro, era alto, elegante e tinha um ar austero, de gente de sucesso, bem arrumado e fino nos movimentos.
Paola estendeu a mão para Leon:
-Então Ágata virá aqui, eu não esperava vê-la aqui, normalmente nos encontramos na cidade ou na casa de meus tios.
-Ela virá sim, disse que faz tempo que não via você, e pensou em fazer uma visita e depois vamos ver meus pais, e a viagem casualmente começa na mesma estrada que vem pra cá.
Sentaram-se e na mesa da varanda enquanto Paola notava que Leon era muito simpático e tinha um sorriso muito bonito.
-Vamos tomar alguma coisa?
-Sim, seria muito bom, por favor.
Paola entrou na cozinha, e da janela lateral podia ver Leon sentado na mesa de vime da varanda, com cabelos charmosamente desarrumados, olhava para a floresta na frente, e por vezes, olhava a estrada à esquerda, esperando Ágata.
Paola sorriu e pensou: Ágata, sua danada, deve ser um namorado. Embora Ágata na infância não demonstrasse muito interesse em namorados, pois passou muito tempo junto à Paola e praticamente cresceram juntas, e parecia ter uma apreciação não por meninos na época, e as experiências de infância eram tão bonitas entre as duas, mas agora, já adultas, eram apenas lembrança da adolescência.
Voltou à mesa, com o chá de hortelã que sempre tinha no bule, e sentou em frente a Leon, com um ar de curiosidade.
-Conhece Ágata há tempos?
-Sim, estudamos juntos, e como chegou as férias, vamos viajar juntos, e agora que ela comprou a moto, decidimos viajar, a questão é se ela vai de moto ou vamos de carro.
-Ágata adorava motos, me lembro, sempre gostou de aventuras.

Leon a fitava profundamente enquanto tomava mais um gole de chá, depois disse:
-E vocês se davam muito bem, ela me contou de algumas aventuras na praia.
Isso causou uma perplexidade em Paola, pois num desses passeios decidiram correr nuas pela praia, mas talvez não fosse essa a aventura que ele mencionara.
Mas por alguns segundo, os olhares se cruzaram e se fitaram sem palavras, no que Paola pensou: Ela contou isso a ele.
O motor da moto já era percebido, embora os olhares de Leon se entregava, como que guardasse e sabia de um segredo.
Chegava Ágata na sua moto azul marinho, e ao tirar o capacete, estava linda nos seus 22 anos, vestindo uma jaqueta de couro por cima de uma bata Hippie, como sempre fazia, modas misturadas e exuberantes.
Era alta, de longos cabelos e com um charmoso andar.
-Paola, você está linda, que saudades.
Leon levantou-se, mas Paola notou que ele não a beijou como um namorado, apenas beijos no rosto, e pareciam apenas amigos.
-Ágata, saudades de você, quanto tempo.
Soltando o capacete e balançando os cabelos, a visitante sentou-se à mesa compartilhando da beleza feminina no sol que dourava tudo naquela manhã, enquanto Leon parecia deliciar-se com a visão das duas.
Após trocarem saudades e assuntos sobre família, Paola parecia mais à vontade com os olhares verdes de Leon.

A manhã transcorre divertida, embora os afazeres do jardim, ficavam pra um próximo dia, o que importava, se ali estava sua prima, amiga de infância e um convidado ainda à ser conhecido.
Na tarde, Paola convidou os dois para conhecerem a floresta na frente da grande casa, aonde havia um pequeno lago logo adiante.
Prepararam-se para a caminhada, Ágata como sempre, linda e sorridente e Leon parecia estar numa expectativa de algo, Paola pensava: Ele sabe de algo, por que me fita tanto?
O que Paola pensava era que Leon saberia das experiências da adolescência das duas, a sexualidade feminina descoberta aos 12 anos, os passeios escondidos, e até os primeiros beijos apaixonados.
Paola entra no quarto para prender os cabelos, e pensava que os dois estariam já no portão que dava para a estrada em frente da floresta, Ágata entra furtivamente no quarto e abraça Paola, e com um longo beijo na boca, que Paola não teve tempo de recusa, se é que iria fazer isso, Leon esperava lá embaixo, fitando a grande casa, e imaginando o motivo da pequena demora das primas à descer, nem pensava em reclamar, apenas se deliciava com a imaginação.
Surpresa, Paola corrigia o batom:
-Ágata, você não mudou nada.
-Paola, sempre gostei de surpreendê-la, lembra?
E as duas saíram rindo e desceram as escadas do quarto, como se ainda fossem duas adolescentes e estavam abraçadas.
Ao chegar à porta da rua, Paola notou que Leon agora estava com um ar de curiosidade, enquanto notara em sua mão, um cigarro, que notou ser maconha, pois o aroma da canabis era intenso.
Caminharam os três rumo à floresta, e por vezes Ágata pegava a mão de Paola, e em alguns momentos estava de mãos dadas também com Leon.
Paola não hesitou quando chegou a sua vez de fumar, pois fazia muito tempo que aquelas diversões não eram comuns nos seus dias.
O Passeio naquela tarde foi muito agradável, e o sol ajudou muito a colorir as árvores e os sorrisos que vinham de cada frase dita, tudo parecia ser divertido demais, e os sorrisos eram tão intensos, quanto os assuntos sobre florestas encantadas, bruxas e gnomos.
Chegou a noite, estavam em casa, pois a fome anunciava um belo jantar que Ágata havia preparado, enquanto Leon conversava com Paola na mesa de vime da varanda:
-Amanha cedo vamos embora, espero que tenha gostado da visita, nos divertimos muito hoje de tarde.
-Claro que sim.
Como Paola notou que Leon e Ágata não eram definitivamente namorados, resolveu uma pequena investida.
Ao pegar a taça de vinho, encostou sua mão em Leon, que segurava outra taça;
-Então ainda temos uma noite pela frente.
Ao se olharem profundamente por alguns segundos, Leon pegou a mão de Paola quando Ágata disse da cozinha:
-O jantar está pronto.
A lua estava bem em cima da floresta, era lua cheia, com certeza, pois brilhava intensamente, e parecia que brilhava também os olhares de Leon, enquanto Ágata estava no terraço ascendendo mais um cigarro.
Ao subir a escada para o terraço, Paola estava do lado de Leon que disse:
-Você é muito parecida com Ágata, tem um sorriso lindo.
Paola fitou-o e sem pensar duas vezes beijou-o como se estivessem sobre a fúria do luar lá fora, pois a lua cheia era convidativa para uma grande noite de amor. Mas Ágata aguardava os dois lá no terraço, a o cheiro de canabis já era percebido.
Leon subiu primeiro, Paola logo após, e ao chegar no terraço, estava apenas o cigarro sobre o cinzeiro, Ágata não estava mais lá, a altura do terraço era de uns quatro metros e tinha uma escada  ao lado, em que subias as flores trepadeiras.
Ao fitar no chão ao lado da cadeira onde estava Ágata, estavam suas roupas, a bata o jeans e as roupas íntimas....não tinha dúvidas, ela saíra nua pela noite.....
Paola olhou para Leon que não estava mais ali, ela estava sozinha no terraço, imaginou todos estarem se divertindo às suas custas na floresta e rindo muito...
Desceu as escadas, tomou o rumo da floresta, pois sabia dos passeios de Ágata nas noites de lua cheia.
Entrou floresta adentro, ouviu risos e viu uma fumaça que cortava a lua cheia na imensa floresta, seguiu o rumo e chegou na clareira, e para sua surpresa, estava apenas Ágata, nua, em frente á fogueira.
Aquele cigarro que fumaram no terraço agora parecia intenso, um indo e vindo de imagens começava junto com um indo e vindo de sons e sorrisos, que por vezes eram perto, hora longe.
Paola ficou de joelhos frente à fogueira, sentiu um fogo queimando seu corpo, e suas roupas sendo puxadas pela fumaça, uma a uma.

Na confusão de sua mente, notou que não era a fumaça que puxava suas roupas, era Ágata, com um sorriso lindo e seus cabelos soltos que brilhavam sob a luz da lua na floresta.
Notou Ágata voltar para perto da fogueira, e agora estava rodeada de mais quatro rapazes ajoelhados em sua frente, e seu corpo nu que brilhava intensamente sob a lua cheia, eram quatro rapazes lindos e também estavam nus, mas nenhum era Leon, e pensou realmente que aquele cigarro estava fazendo um efeito muito fora de seu controle, ou seria apenas magia...
Um dos rapazes, com olhos cor de mel tocou Paola que não ofereceu resistência, pois o prazer tomava conta de seu corpo enquanto Ágata estava em pleno amor com os outros três, era tudo muito intenso, e a lua apenas como testemunha.
De repente Paola viu-se puxada num intenso frenesi para perto de Ágata e os outros rapazes, e fizeram amor intensamente, e por vezes Paola conseguia abrir os olhos não acreditando no que estava fazendo, nua com sua prima numa intensa orgia com mais quatro rapazes.
Aonde estaria Leon, seria uma cena inusitada se ele a visse nua e em chamas de amor com mais quatro e sua prima.
A noite continuava intensa, Paola sentia um prazer indescritível, e fazer amor com sua prima e os rapazes era tão intenso quanto os sonhos de adolescente.
Sentiu-se exausta, deitou-se na grama e o calor do fogo era aconchegante, ao sentir a mão de Ágata mais uma vez acariciar seu rosto, que voltando para perto da fogueira, disse sorrindo:
-Sou livre, amo a todos em minha volta, amo as pessoas sem pudor, e crio minhas paixões de forma tão intensa que todos que imagino, simplesmente existem e me servem sempre que os procuro, e você, prima, eu sempre amei, e nesta noite te apresento minhas emoções.
Paola sem ainda entender, procurou suas roupas, mas não encontrou, enquanto Ágata lhe oferecia vinho, e ria muito com a sua surpresa, enquanto Ágata beijava seus lábios intensamente, começando mais um ritual de amor intenso, e ouvindo o vento nas árvores da floresta, entregou-se ao amor, como nunca havia feito.
O tempo passou, em uma noite louca e alucinante, e ao acordar, ainda estava nua, e Ágata estendia um cobertor à Paola, que se cobriu, cheia de perguntas, e um pouco de pudor.
-Aonde está Leon?
-Leon não existe, apenas estava em minha imaginação, assim como todos os outros rapazes que me acompanham em meus sonhos, no qual sempre estava também, você Paola.
Viu que a moto de Ágata estava estacionada perto da fogueira, agora somente brasas e um calor aconchegante abrangia o lugar.

Ágata vestiu a jaqueta de couro, beijou Paola e disse:
-Tem coisas de magia que aprendi com sua avó, e muitas outras que em breve venho mostrar pra você, querida, mas agora tenho que ir, pois um grande evento me espera, eu entrarei em contato com você, talvez num sonho, anunciarei minha próxima visita.
E subindo na moto, com a jaqueta de couro sobre a bata hippie, tomou estrada e sumiu na estrada que abria caminho na floresta, enquanto Paola, de pé tentava entender a noite que havia tido, uma noite de amor e perguntas.
Tomou rumo de sua casa, ainda tentando entender a presença de Leon e tudo mais, quando observou que em frente a sua casa, no chão, não havia sinais de pneus de carro, e sim somente sinais de uma moto, nada de carros, nada de Leon, sentiu-se um pouco frustrada, pois até lembrava de seus olhos verdes, e ao sentar apenas enrolada num cobertor, sentiu saudades de Leon, que era apenas, e agora sabia, uma imaginação de Ágata.
Ao olhar para o cão de novo, viu apenas o rastro de uma moto, nada de carros pretos e antigos, era da moto de Ágata uma deusa dos amores noturnos e livres, sem culpa nem personagens, nem culpas, apenas amor intenso, como apenas sua prima imaginava.
E o sol, anunciando mais um dia.

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